terça-feira, 2 de outubro de 2007

PEQUI - Fruto do Cerrado Goiano


 

Diz-se que do pequi ninguém esquece. Ele é excelente para a memória. Seu forte gosto e perfume penetrante ficam na língua e no refluxo do estômago por horas. Se o desavisado mordê-lo, aí então é que nunca mais vai esquecê-lo. Com o pequi não tem meio termo: ou se o ama ou se o odeia. O primeiro contato nunca é muito amistoso. Mas, com a convivência, vai-se descobrindo as nuances de seu paladar e passa-se a nutrir até uma certa paixão, uma espera ansiosa pelo seu encontro, tenro, perfumado e único.

O pequi, Caryocar brasiliense, da família Caryocaceae, é um fruto nativo do cerrado brasileiro, consumido largamente por todo o estado de Goiás. Na língua indígena significa "casca espinhenta". O fruto do pequizeiro, árvore frondosa de cerrado e cerradão, é produzido entre outubro e fevereiro, época de safra. De cor verde, quando maduro, possui em seu interior um caroço revestido por uma polpa macia e amarela, a parte comestível. Comestível também é a sua castanha torrada, que para ser retirada é necessário quebrar o caroço.

É o símbolo máximo da goianidade, embora seja encontrado também em outros Estados. Apesar disso, é apenas em Goiás que existem todas as espécies, as quais frutificam, no seu conjunto, de setembro a fevereiro. Mas dada a sua extrema importância para a grande maioria dos goianos, ele é conservado tanto em essência quanto em conserva (cozido, preserva-se por meses em óleo).

O fruto é utilizado das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais afamados licores de Goiás. Seu grande atrativo, além do sabor, são os cristais que se formam na garrafa, que dizem, são afrodisíacos. A polpa (mesocarpo) do pequi, de coloração amarela forte, tem seu paladar bastante característico, é forte e costuma agradar de maneira intensa ou desagradar sobremaneira.

Comer pequi além de saudável e agradável, é uma ciência, quase uma arte: a polpa macia e saborosa deve ser comida com cuidado, uma vez que esta cobre uma camada de terríveis e minúsculos espinhos, que, se mordidos, grudam na língua e no céu da boca, provocando dores irritantes além de poderem causar sérios ferimentos à língua e lábios. Portanto não se deve morder o pequi, mas sim roê-lo. Esta especificidade afasta a tentativa de degustação de pessoas que desconhecem a maneira adequada de comê-lo, perdendo, deste modo, a oportunidade de experimentar um sabor peculiar e característico. O sabor, porém, vale o risco. Entretanto, a arte de roer a polpa macia e saborosa do pequi é algo que se aprende com facilidade. Deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres.

Arroz com Pequi

Ingredientes:

250 gramas de arroz;
       6 caroços de pequi, com polpa;
       cebola, alho, cheiro verde e sal a gosto;

Como fazer:

- Em uma panela, refogue os caroços de pequi em óleo;
       - Tempere com sal, alho e cebola;
       - Acrescente um pouco de água e deixe a mistura cozinhar até a água secar.
       - Adicione o arroz e refogue bem.
       - Coloque água (o suficiente), um pouco de cheiro-verde e deixe cozinhar.
       - Depois de pronto, coloque o restante do cheiro-verde sobre o arroz.

14 comentários:

  1. deste já ouvi falar, mas nunca comi, porque por cá não existe!
    ...quanto à receita, sem pequi... não há arroz com pequi LOL
    bjs
    Laura

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  2. Confesso que nao conhecia, obrigado pela partilha. No entanto esse pequi e' cheio de 9 horas lol, e' mesmo uma ciencia aprender a degustar este fruto. E pelo que se ve e' bastante versatil. Otimo poste Yolanda!
    Bjs
    Namibiano & Dinah

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  3. Eu também nunca comi, morro de medo dos espinhos. E o cheiro realmente é muito forte, sente-se à distância. Mas os goianos amam!!!
    Obrigada Laura, obrigada Namibiano & Dinah, beijos.

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  4. Não conheço. Parece "Caju".
    A castanha de caju em verde tinha tanto ácido que era usada como tinta para tatuagem.
    Será da família?
    jack

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  5. Adoro pequi!!!! meus avós, cearenses do Crato (CE) nos ensinaram desde crianças a apreciar esse delicioso fruto com arroz, no leite, no feijão, etc. etc. etc. E que delícia! Um abraço.

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  6. Huuuuuuuummmmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!!
    Tô com água na boca.
    Saboreei demais no Maranhão, onde também a produção é bastante vasta.
    Bem sejas.

    http://joaopoetadobrasil.wordpress.com/2007/10/02/amor-animal/

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  7. Não Jack, não é da família e é bem diferente do caju. No caju temos a castanha, propriamente o fruto, que não tem espinhos, e o pseudo-fruto, que é o que chamamos de fruto mesmo, muito apreciado para sucos e também utilizado na culinária no Nordeste. Se bem que o caju também cheira à distância, forte mesmo.
    Bjs

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  8. No arroz, no frango, no feijão.... tudo bem, mas no leite? Nunca tinha visto ninguém comer pequi no leite! :-))))) Obrigada pela visita, abraço.

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  9. João, mas você já andou bastante aqui dentro, não é? Maranhão, Rondônia, Paraná... minha irmã mora em Porto Velho. Já estive lá umas 3 vezes, a última em dezembro passado. Não dá para te enviar pequi daqui, só é permitido sair conserva. E escondido não tem jeito, o cheiro o denuncia!:-)) Abraço

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  10. João, visitei seu site, através do link que você deixou, lindo seu soneto. Já coloquei o link em favoritos, assim fica mais fácil. Obrigada.

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  11. Não conhecia :-(((
    Muito obrigada amiga
    Beijos no teu coração


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  12. Obrigada Ashera. Beijo


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  13. Nao conhecia as propriedades do Pequi.
    Vai para as minhas pesquisas tambem.
    Obrigada Landinha.
    Bjs

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  14. De nada Sunny. Seja bem vinda, amiga, estava sentindo sua falta por aqui.
    Beijo e boa semana.

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